Parecer contra o bafômetro abala o rigor da Lei Seca

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bafometro_1 O parecer da Procuradoria-Geral da República contra o artigo que prevê punições administrativas ao motorista que se negar a fazer o teste do bafômetro foi uma ducha de água fria em meio à euforia gerada pela atualização da Lei Seca. A nova lei, que entrou em vigor no fim de 2012, instituiu a tolerância zero, endureceu o valor de multas e autorizou o uso de testemunhas e imagens para comprovar embriaguez ao volante. Agora, as autoridades de trânsito temem um retrocesso no rigor da lei.
No despacho, o procurador-geral Roberto Gurgel sustenta que as sanções são inconstitucionais, porque não pode haver punição contra alguém que se nega a criar prova contra si. O parecer foi solicitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a Ação Direta de In­­constitucionalidade (Adin) n.º 4.103, de 2008, impetrada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) contra a Lei Seca. Hoje, o motorista está sujeito à multa de R$ 1.915,40, retenção da carteira de habilitação e recolhimento do veículo.
A Associação Nacional dos Departamentos de Trân­si­­to (AND) argumenta que a ga­­rantia do direito individual da presunção da inocência, na qual se baseia Gurgel, não pode se sobrepor aos direitos coletivos da sociedade. “As estatísticas demonstram que justamente os dispositivos da Lei Seca questionados pela Adin reduziram o número de acidentes e de sequelados em nosso país, que atingem mais de 40 mil mortes e cerca de 200 mil feridos a cada ano”, diz, em nota, a AND. De acordo com a entidade, que representa os 27 Detrans do país, a intensificação da fiscalização de trânsito e ações educativas com o uso do bafômetro resultaram em uma diminuição substancial da violência no trânsito.
Gazeta do Povo
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