Região do Rio das Mortes acumula histórico de acidentes graves na BR 277

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21/9/2013-21:36:23-Escala Noticias-

A quantidade de colisões entre janeiro e setembro já iguala o

mesmo período do ano passado: 11. Contudo, já supera em número de feridos

Diário de Guarapuava João Quaquio
Em 2013 não houve óbitos, mas a quantidade de acidentes neste ano já se iguala com o período de janeiro a setembro do ano passado (Foto: João Quaquio/Diário)
O anúncio da duplicação da BR 277, no trecho que leva do perímetro urbano de Guarapuava até o Rio das Mortes, é precedido por um histórico de acidentes graves nos últimos anos. De janeiro a agosto de 2013, a quantidade de mortos e feridos caiu no trecho na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas o mês de setembro começou com uma colisão envolvendo quatro veículos e deixando um saldo de 11 feridos, três deles com risco de morte após o acidente.
A colisão frontal ocorreu, segundo testemunhas, por uma ultrapassagem indevida, realizada no km 335, um trecho de encostas que se inicia com o término de duas terceiras faixas – uma para o sentido oeste e outra rumo leste do Estado. O condutor de um Palio teria iniciado a ultrapassagem em local proibido e, ao invadir a pista contrária, colidiu de frente com três carros que seguiam tanto na terceira quanto na faixa regular.
Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que a colisão frontal é o terceiro tipo de acidente mais frequente no trecho compreendido entre os Kms 334 – em frente à Igreja Assunção de Nossa Senhora – e 336 -  sobre a ponte do Rio das Mortes. Contudo é o acidente que mais faz vítimas. Desde janeiro de 2010, 23 pessoas morreram no trecho de três quilômetros de extensão, num total de 69 acidentes.
Em 2013, não houve óbitos. Mas a quantidade de acidentes neste ano já se iguala com o período de janeiro a setembro do ano passado: 11 no total. Em 2012, 14 pessoas se feriram, quatro delas gravemente e outras quatro morreram. Até agora, em 2013, 16 pessoas saíram feridas, quatro em estado grave após as colisões.
Quase metade dos óbitos ocorreu em 2011, naquela que pode ser considerada uma das maiores tragédias da BR 277 na região Centro-Sul. Em agosto daquele ano, um microônibus lotado de funcionários de uma empresa prestadora de serviços para a Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária, voltava de uma viagem a passeio no Paraguai quando foi atingido pelo eixo de um caminhão bitrem. A peça havia se desprendido do veículo, no km 334, perto da capela Assunção de Nossa Senhora. Com o impacto, o condutor da van saiu da pista e o automotor pegou fogo. Onze pessoas morreram, algumas delas carbonizadas. Outras 14 ficaram feridas, 11 delas em estado grave.
Trecho acidentado e sinuoso
Para quem dirige de Guarapuava sentido Curitiba, o trecho em questão se inicia logo após a curva que antecede a ponte sobre o Rio das Mortes e segue até a capela Assunção de Nossa Senhora. As curvas acentuadas e o relevo acidentado, somado ao excesso de velocidade e a desobediência à sinalização, tornam o percurso arriscado. Motoristas não têm paciência com veículos mais lentos e arriscam-se em ultrapassagens mesmo após o término da terceira faixa.
A moradora Cidália Batista vive em uma residência em frente à igreja há três anos. E já testemunhou motoristas saírem da pista ao perderem o controle nas curvas fechadas do Km 334. Alguns dos veículos param no canteiro em frente a sua casa. “Tinham que fazer mais uma pista e tirarem essas curvas. Os motoristas passam muito rápidos, ‘quase voando’. Volta e meia um carro invade esse barranco”, aponta para o local onde dá a entrevista, em frente à residência. “Uma vez, um motorista não conseguiu fazer a outra curva e parou perto da outra casa. Passou por cima de uma árvore. E tive de ajudar a socorrer uma mulher, que estava muito machucada”, relata.
Dentre os moradores que habitam a comunidade nos arredores da igreja, conta Cidália, há também estudantes. O perigo é constante nos horários de entrada e saída das aulas, principalmente quando precisam atravessar a rodovia. Mesmos os adultos, como ela, se arriscam no momento de cruzar a pista, correndo sobre a pista de rolamento. Dependendo do ponto onde se atravessa, devido a curva fechada, a visibilidade é prejudicada. “Se for esperar, tem de ficar às vezes meia-hora até os carros passarem. É muito movimento”, diz.
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