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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Após 12 anos, Christine deixa a VEP e assume Juizado Especial Cível, Criminal

Mudança na política de segurança pública seria um dos motivos. Após 12 anos, Christine deixa a VEP e assume Juizado Especial Cível, Criminal

A juíza Christine K. Bittencourt trocou a Vara de Execuções Penais pelo Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública. O primeiro dia de trabalho foi nessa quarta-feira, dia 18, após 12 anos de atuação junto ao sistema penitenciário.

Para a juíza, a troca de área soa como um novo desafio. “Estou fora da área cível há muitos anos, embora nunca tenha deixado de estudar, mas aqui muda muito e isso é bom. Acho que cumpri minha missão na VEP e agora é hora de novos caminhos”, disse à RSN. Agora, já de começo, a juíza possui mais de 3 mil processos sob a sua responsabilidade. Quem assumiu a VEP foi a juíza Marcia Magareth do Rocio Borges, que veio de Palmas.

Christine assumiu a VEP dois meses depois da Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) entrar em funcionamento no município. Dois meses depois, quando a VEP foi criada a juíza assumiu o trabalho que envolve atualmente, além da penitenciária, o presídio em regime semiaberto e a Cadeia Pública de Guarapuava. Desde o início, o seu trabalho foi voltado à humanização no atendimento aos presos e internos. Tanto é que a PIG foi considerada a penitenciária modelo para o País, principalmente, pela baixa reincidência dos internos. “O que me deixa gratificada e realizada é que comprovamos que a ressocialização é possível. Temos ex- detentos trabalhando em empresas, cursando faculdades”, diz a juíza. Mas duas grandes conquistas que marcam a trajetória da juíza em Guarapuava foi impedir que o governador Roberto Requião transformasse a PIG numa penitenciária comum e a criação do regime semiaberto. “A segurança pública só dá certo quando existe o tripé: sistema aberto, semiaberto e fechado”, diz.

Com uma filosofia de vida e de trabalho voltado à humanização, apesar do envolvimento com mais de 5 mil processos, Christine tinha tempo para responder todas as cartas que recebia de presidiários e de familiares; conhecia pelos nomes e recepcionava todos os internos que chegavam. Nos últimos meses, com a mudança de diretores da PIG e do semiaberto e, a conseqüente alteração na política da segurança pública do Estado, Christine disse que sentiu insegura por não saber o que acontecerá daqui para frente.
“Fiquei insegura com as novas determinações que tiraram um pouco o foco do trabalho fazendo co que haja uma perda de controle por parte da VEP. O trabalho precisa ser realizado em parceria entre o Executivo e o Judiciário. Além do mais houve redução no número de agentes penitenciários da PIG e do CRAG (Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava) que estão sendo remanejados para outras penitenciárias e temos aqui internos de alta periculosidade. Mas cumpri a minha missão”, afirma.

Para impedir que a juíza deixasse a VEP, presos da Cadeia Pública de Guarapuava fizeram um abaixo-assinado, embora sem êxito. “ O tempo em fiquei como responsável da VEP foi excelente porque deixei resultados positivos que demonstram que a execução penal pode funcionar muito bem no Brasil quando respeita a Lei de Execuções Penais. Hoje posso olhar para trás e ver que o meu trabalho e da minha equipe foi útil à sociedade e defendo que o Poder Executivo e Judiciário devem investir na ressocialização aplicando a lei de Execuções Penais”, ratifica.
A insegurança a que a juíza se refere, sem querer detalhar do que se trata, pode estar ligada à política do governador Beto Richa na área de segurança pública de ampliar o número de vagas nas penitenciárias do Estado. Recentemente, no dia 30 de março de 2012, o governador anunciou a transferência de 8 mil presos para unidades prisionais do Paraná.
CREDITOS REDE SUL DE NOTICIAS.
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