Ameaça, reeleição, mobilização, marcam um ano do maior escândalo da Câmara

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25/10/2012 - 08h50 min             Escala   Noticias

Um ano após o maior escândalo da história da Câmara de Vereadores de Guarapuava provocado pela Operação Fantasma, apenas um dos seis envolvidos conseguiu a reeleição. Comandando o Legislativo, João Napoleão, que por ser vice assumiu a vaga deixada pelo então presidente Admir Strechar, enfrentou um desafio. De olho nas eleições municipais que aconteceriam em outubro deste ano, João Napoleão, após a prisão e, posteriormente, o afastamento do mandato do peemedebista Admir Strechar no dia 25 de outubro de 2011, portanto há um ano, inicia um processo de moralização. Enquanto Strechar encontrava-se preso numa das celas da Cadeia Pública de Guarapuava, em ala isolada dos demais presos, João Napoleão “puxou o freio” nas finanças da Câmara, passou a ouvir o
Ministério Público e a colocar em prática as orientações que recebia.
Paralelamente, apesar de ter “beneficiado” outros cinco vereadores (João Napoleão, Thiago Cordova, Sadi Federle, Fernando Alberto dos Santos e Hamilton Carlos de Lima ), Strechar cumpria 45 dias de prisão, sem deixar de burlar regras prisionais, como o uso de um tablet com postagens no seu perfil no Facebook feitas de dentro da cadeia. Colocado em liberdade em 9 de dezembro de 2011, após o Tribunal de Justiça do Paraná ter concedido um Habeas Corpus, já afastado judicialmente do cargo de presidente, embora sem a perda de mandato, Strechar se vê às voltas com processos judiciais. Dezessete denúncias foram oferecidas pelo Ministério Público, das quais 12 foram acatadas e hoje são processos e outras cinco aguardam decisão. O número equivale aos assessores “fantasmas” lotados nos gabinetes dos envolvidos. Do total,  quatro se encontram em julgamento, segundo o MP. Essas ações que podem condenar os envolvidos por crime de improbidade administrativa estão sob a responsabilidade da 7ª Promotoria (Patrimônio Público que tem como responsável o promotor Leandro Machado) e somam-se a outras 20 processos que tramitam na Promotoria Criminal (Claudio Cortesia). Na criminal Strechar está sendo julgado pelo crime de peculato. Várias audiências estão sendo realizadas e envolvem funcionários da Câmara como testemunhas. Numas das audiências agendadas para este mês, no dia 02, e foi transferida para o dia 25 último. Nesse dia, mesmo dentro do Forum, Strechar ameaça de morte o ex-assessor Pedro Roque Guimarães, pivô da Operação Fantasma. Foi Roque quem gravou as imagens enquanto entregava parte do salário a Strechar. Continuando o julgamento, nova oitiva acontecerá neste dia 30.
Dos 20 processos, quatro estão em andamento e a previsão do Ministério Público é que possam estar concluídos até o final deste ano. Porém, para que a sociedade tenha um resultado dos outros 16 processos terá que aguardar até fevereiro do ano que vem.
Durante os últimos 12 meses, Strechar teve todos os bens sequestrados judicialmente, entre os quais 5 veículos, incluindo um carro importando apreendido em um porto em Santa Catarina. O MP também descobriu a compra de pneus com dinheiro da Câmara, mas que estavam sendo utilizados em veículo particular do presidente afastado. No total, os prejuízos causados aos cofres públicos totalizam R$ 1,2 milhão.
Apesar de todos os envolvimentos com a Justiça que incluem também o furto de sinal de tevê a cabo até a possibilidade de ir a júri popular por tentativa de homicídio contra cabo eleitoral a partir de denúncia feita pelo Ministério Público por crime cometido em 2002 na Praça Cleve durante as comemorações da vitória do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, Strechar ainda vive às custas do dinheiro público. Mesmo afastado ele recebe mensalmente R$ 12.384,00 como subsídio da Câmara.
No último ano a sociedade se mobilizou, fez abaixo-assinado, foi à Câmara pedindo a cassação do mandato do vereador, fato que não contou com a iniciativa de nenhum dos 12 vereadores atuais (Almira Angelucci assumiu a cadeira de Strechar).
Embora esteja proibido de deixar a cidade sem ordem judicial, Strechar já participou de campeonato nacional de pôquer em São Paulo onde foi campeão.

Enquanto Strechar está sendo julgado, um dos cinco outros envolvidos, João Napoleão, conseguiu a reeleição; Sadi Federle desistiu de concorrer, mas segundo a Polícia Federal, apostou no candidato Samuel da Silva, com quem foi encontrado um documento assinado garantindo a nomeação da esposa de Sadi, caso fosse eleito. Segundo suplente da coligação, o candidato deve responder por crimes eleitorais. Hamilton Carlos de Lima deixou e concorrer por estar inelegível (está envolvido também no caso que ficou conhecido como “Irmãos do Vale e que se arrasta por 15 anos), mas tentou eleger seu filho, não surtindo o efeito desejado. Já Thiago Cordova e Fernando Alberto dos Santos foram desaprovados nas urnas.
Redação   Escala  Noticias
RSN
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