Joas diz que operação para conter presos foi um sucesso

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01/6/2013 - 09:01:12                         Escala   Noticias

Joas diz que operação para conter presos foi um sucesso

O capitão Joas Lins, que comandou a operação para conter os presos rebelados, nesta sexta-feira (31), em Guarapuava, disse que o trabalho foi um sucesso. "Foram mais de seis horas de negociação, onde houve uma tentativa de fuga com refem. Fizemos tudo de forma pacifica, respeitando os direitos humanos, a integridade fisica do refem e dos presos. Havia armas", afirmou. Quatro presos sairam feridos e dois - Alexandre Castilho e Daniel de Quadros - precisaram ser levados para hospital Outros foram medicados dentro da própria cadeia. Cinco presos foram transferidos para presídios de Londrina, Curitiba e Iretama, a pedido dos próprios presos. A transferência de outros está sendo  negociada. Tudo isso fez parte das reivindicações feitas por uma comissão que negociou com juizes, promotores, advogados e com o chefe da carceragem.
De acordo com um ex-preso que deixou a cadeia na última segunda-feira, a rebelião já estava  sendo organizada há duas semanas. "O que tirou a paciência foi a humilhação que as mulheres sofrem quando vem visitar parentes. Uma delas recebeu uma 'cantada' de um agente e foi a gota d'água", contou à REDE SUL DE NOTICIAS.
A rebelião começou por volta das 10 horas e só acabou no começo da noite. Durante todo esse tempo familiares permaneceram em frente à Delegacia de Policia. Mulheres mantinham contato com os maridos presos, por telefone celular, o tempo todo. Há presos que possuem mais de um número telefônico.
O temor dos familiares era a represália que poderia acontecer após as negociações por parte da Policia de Choque que chegou ao local ainda antes do horário do almoço. Cães da PM também estavam dentro da cadeia e isso temorizava os familaires ainda mais. Segundo o ex-presidiário que conversou com a RSN, no último motim, os presos foram deixados nus no solário, foram espancados e  tiros foram disparados acima de suas cabeças. "Foi um horror e as mulheres e pais que estãoa qui sabem disso. Por isso, estão com medo", afirmou.
A todo o instante informações de dentro do presidio eram repassadas, muitas vezes, com dados que foram contestados pela polícia, o que alterava ainda  mais os ânimos dos familiares. Sem noticias oficiais, a mãe de um jovem preso por tráfico, pulou o muro e foi seguida por outras mulheres.
A cada conversa as reclamações contra o tratamento dispensado por agentes aumentavam. Mas o que predominou foi a humilhação a que são expostas durante os dias de visitas. "Como você acha que sentimos tendo que ficar pelada na frente das nossas crianças;  dos filhos de outros, inclusive de meninos com 12 anos de idade; tendo que nos agachar  e ainda receber olhares dos agentes como se fossemos bandidas? Nós não temos culpa do que nossos filhos e maridos fizeram", disse uma mãe.
Outra reivindicação feita pelas mulheres é que o dia de visita seja mudado de sexta para domingo, já que muitas trabalham.
No lado de dentro, as negociações aconteceram no solário, onde os presos estavam. Juízes, promotores e policiais subiram no telhado para conversar e acalmar os ânimos até que tudo fosse normalizado. Quando os presos começaram a ser levados para as celas que não foram destruídas, a juíza Liana Lueders (VEP) e a promotora Marcia Marcia Broietti conversaram com familiares, respondendo todas as questões e dando tranquilidade. A promotora pediu que as pessoas evitem de levar drogas, armas para dentro da cadeia, o que coloca em risco a segurança dos próprios presos. Durante a negociação o disparo de uma arma de fogo alterou os ânimos de quem acompanhava no lado de fora. "O tiro foi disparado para o alto por um dos presos", disse o capitão Joas.
De acordo com a promotora, varias providencias serão tomadas durante a próxima semana para melhorar, dentro do possível, as condições da cadeia. Outra reclamação é que há muitos presos condenados, outros que ainda não foram a nenhuma audiência e outros que já deveriam estar em liberdade. A presença de pessoas de outros municípios e estados na cadeia, e a transferencia de presos de Guarapuava para outros municípios também engrossa a lista de reclamações.
RSN
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