24 de Agosto de 2012 15h04min Escala Noticias
Horário político gratuito é um tormento na vida dos radialistas, reclamam emissoras
Previsto para veicular até 4 de
outubro, o horário eleitoral gratuito mudou a grade de programação das
emissoras. Nos bastidores do rádio, o impacto é quase devastador,
segundo quem trabalha diariamente em uma emissora. Diretor da
Estadão/ESPN, Acácio Costa afirma que a programação política não tem
nenhuma importância. "Alguém ouve e acredita no que eles falam? É
explicitamente publicidade! Não há espaço democrático para que as ideias
possam aflorar e agregar algo ao ouvinte", critica.
Revela que as últimas três semanas foram conturbadas na rádio Estadão,
exigindo pelo menos dez reuniões de alinhamento entre o conteúdo
obrigatório e a grade existente. "Em plena era de Internet, a Justiça
ainda usa fax para se comunicar com as redações. Temos que deixar uma
pessoa 24 horas por dia do lado do aparelho. Do contrário, corremos o
risco de perder prazos em caso de notificações e ameaças".
Estar atento às determinações legais é
indispensável, segundo o presidente da AESP e executivo da Rádio
Bandeirantes, Rodrigo Neves. Sua recomendação vem amparada pela
percepção de que a Justiça Eleitoral é o órgão mais ágil do Poder
Judiciário brasileiro. “Eles resolvem tudo em no máximo 48h”, diz o
diretor, alertando que o descumprimento da ordem pode significar multas
vultosas e, inclusive, o risco de a emissora ser tirada do ar.
Para Costa, o horário eleitoral gratuito
poderia ser usado para debates. "A Bandeirantes promove encontros
bacanas, que consomem investimentos. O mercado não patrocina e o governo
despreza isso na hora de exigir o horário. Você acaba trabalhando duas
vezes para os políticos”, lamenta.
Redação Escala Noticias
Fonte :Portal comunique-se
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