05/04/2013 - 09:03:45 Escala Noticias
Além de moradores de rua, viajantes e famílias são encaminhadas até o local por vários órgãos da cidade
Morador fixo do albergue, Josni Guilherme de Souza é
artesão e produz esculturas. Parte da venda é revertida à instituição
(Foto: Janaina Carvalho/Diário de Guarapuava)
Em Guarapuava, o Albergue Noturno Frederico Ozanan completa 29 anos e
este mês acontece a eleição para troca de presidência ou reeleição.
Criado pelo bispo Dom Frederico Elmos, ele está hoje sob administração
da Sociedade São Vicente de Paulo. Com 86 leitos divididos em alas
masculina e feminina, no ano de 2012, o albergue contabilizou 7.140
pernoites e distribuiu 20.330 refeições.
“Cada um que chega pode ficar até três dias, e vai receber café da
manhã, almoço, café da tarde, jantar e o lanche da noite. Além de cortar
o cabelo, fazer a barba e tomar banho”, explicou o presidente
do albergue, Rui Marques.
Nesta época, com o frio se aproximando, a procura tende a aumentar, mas
não são apenas moradores de rua que passam pelo local em busca de
abrigo. São viajantes trazidos pela Polícia Militar, que chegaram à
rodoviária e não têm onde dormir, pessoas perdidas, muitas vezes
dependentes químicos que saem de suas cidades sem rumo.
“Há, ainda, pessoas que são encaminhadas pela Promoção Social, pelo
Ministério Público, pela Urgência e pelos hospitais, que normalmente vêm
do interior para fazer exames e não têm onde ficar”.
Segundo Rui, o valor total das despesas para todo o mês é de R$ 12 mil,
e, para conseguir se manter, oferecer a alimentação e produtos de
higiene aos que chegam, o albergue conta com R$ 4 mil cedidos pela
prefeitura, cerca de 35% do valor.
Arrecadação
Os outros 65% do valor das despesas do Albergue Frederico Ozanan são
arrecadados através de um bazar, pelo projeto reciclado, que é o
material conseguido no comércio de dois voluntários, e pelos artesanatos
produzidos por um dos moradores fixos do albergue, Josni Guilherme de
Souza, 50 anos.
Ele faz imagens sacras, escudos e mascotes de times, placas de fazenda,
portas entalhadas, entre outras encomendas personalizadas, como a de
escudos de times com espelhos. “Faço qualquer coisa que pedirem. Por
último, fiz a Santa Ceia, mas faço também imagens de Nossa Senhora
Aparecida, em três tamanhos. Metade do dinheiro que consigo fica para o
albergue, para ajudar nas despesas”.
A escultura da Santa Ceia, que mede 1m20 de altura e 38 cm de largura,
custa R$ 300, e as imagens da santa custam em média R$ 30. Vários
trabalhos dele podem ser encontrados no Restaurante Panorâmico, segundo
ele.
Mas de acordo com o presidente da entidade, são as doações da
comunidade que costumam ajudar mais no orçamento. A época em que elas
acontecem com mais intensidade é na passagem de ano, e depois elas vão
diminuindo. “A maior dificuldade é com material de higiene e limpeza, e
também de alimentação, como a carne e o óleo vegetal”, afirma.
Quem tiver interesse em doar pode procurar o albergue, que fica na Rua
Jaime Amaral Pacheco, 191, do bairro Conradinho. O telefone para contato
é o (42) 3624-3121. Para doações, a agência é 0299-2, Banco do Brasil,
conta corrente 34781-7.
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